Ao considerar “como viveremos juntos”, é importante observar a conjugação do verbo viver no futuro do presente. A ideia transmitida, portanto, não apenas abrange as maneiras pelas quais já compartilhamos nosso ambiente construído, mas visa questões que devem ser enfrentadas futuramente para facilitar formas de vida em comunidade e mutuamente benéficas.
Ao olhar para o que está por vir, apesar das preocupações de salubridade mais recentes, disparidades econômicas e calamidades ambientais e sociais, o mundo ainda está caminhando para uma urbanização densa, com mais pessoas se mudando para as cidades e exigindo moradias seguras e saudáveis, o que nem sempre é fácil. Na verdade, um relatório recente da ONU sugeriu que “quase um quarto da população urbana mundial vive em assentamentos informais ou acampamentos, a maioria em países em desenvolvimento mas, cada vez mais, também nos mais ricos. As condições de vida são chocantes e intoleráveis. Os residentes muitas vezes vivem sem água e saneamento e têm medo constante de serem despejados.”
No entanto, se esses mesmos espaços forem bem concebidos e proporcionarem condições de vida dignas, eles podem certamente promover o desenvolvimento de comunidades fortalecidas entre indivíduos de diferentes regiões e origens que foram unidos por aspirações e desejos de crescimento semelhantes. Portanto, é importante que os arquitetos considerem e sugiram intervenções nos assentamentos e projetos de habitação social que ofereçam espaços privados e públicos saudáveis.
A seguir estão alguns exemplos de projetos que aproximam as pessoas e sugerem formas práticas de convivência comunitária e cooperativa, seja através do uso de espaços compartilhados (cozinhas, corredores, pátios...) ou atividades de engajamento e manutenção do complexo (jardinagem, culinária), todos proporcionando oportunidades para populações deslocadas, desfavorecidas e em dificuldades econômicas de se ajudarem.
Abrigo para Migrantes e Viajantes / Atelier RITA
A emergência aborda a arquitetura essencial. A primeira questão é: como oferecer dignidade e qualidades funcionais a uma população vulnerável, com diferentes culturas? Este projeto é pensado como uma pequena vila, na noção comum de «habitante» independentemente da origem geográfica. Entre o espaço público e o espaço mais íntimo, todos se acomodam facilmente na vida em comunidade.
Casa Expansível Parte 02 / Urban Rural Systems
A casa expansível (rumah tambah em Bahasa Indonésia ou rubah para abreviar) oferece opções de moradia acessíveis e sustentáveis para as populações em rápido crescimento nas maiores cidades da Ásia. Combinando lições de assentamentos informais existentes, precedentes de habitação adicional e princípios de construção tropical sustentável, a casa expansível é projetada para se adaptar aos padrões variáveis de consumo e gasto de recursos de seus residentes.
Casas Pemulung / IBUKU
Para melhorar essa imagem, a IBUKU foi contratada por uma grande empresa para desenvolver um projeto que criasse conjuntos habitacionais salubres e bem organizados para catadores de lixo e se tornasse um meio de transformação social.
Vila "SOS Children" em Djibouti / Urko Sanchez Architects
A - É uma medina para crianças - Um ambiente seguro, sem carros, onde as ruelas e praças se transformam em lugares para brincar.
B - É uma medina com muitos espaços abertos - Os espaços públicos e privados estão bem definidos. E nos privados, as áreas internas e externas se misturam, permitindo que os residentes mantenham certa vivência ao ar livre.
C - É uma medina com muita vegetação - Onde os moradores são incentivados a cuidar das plantas e se beneficiar com o resultado.
The AYA Housing / Studio Twenty Seven Architecture + Leo A Daly JV
Neste projeto, toma-se o cuidado de organizar entradas separadas para a Clínica de Saúde e a Habitação Familiar de Curto Prazo em diferentes faces da edificação. O volume pretende complementar o skyline em desenvolvimento, ao mesmo tempo em que cria uma experiência de vida ideal para os inquilinos, com iluminação natural e vista para a cidade.
Nuvens Brancas / POGGI & MORE architecture
Um novo projeto de habitação social em Saintes reinventou totalmente o que significa viver em comunidade. Uma "nuvem" aparentemente habitada sinaliza sem esforço a entrada de um bairro da classe trabalhadora recentemente reabilitado, conhecido como "Les Boiffiers", que remonta à década de 1970.
Centre Village / 5468796 Architecture + Cohlmeyer Architecture Limited
Atendendo a famílias carentes, a cooperativa habitacional Centre Village de Winnipeg utiliza o design para ajudar a revitalizar um bairro negligenciado no centro da cidade e para fornecer aos residentes um ambiente único que inspira orgulho e incentiva a construção de comunidades.
Apartamentos em Ave. Maréchal Fayolle / SANAA
Há um dinamismo inerente à distribuição dos edifícios: os pátios parecem abrir e fechar à medida que você caminha por eles, estabelecendo um diálogo aberto entre as comunidades.
Complexo Social em Alcabideche / Guedes Cruz Arquitectos
O edifício central, dentro da mesma modelagem e princípios, contém todos os serviços comuns necessários ao bom funcionamento e qualidade de vida.
Bogerse Velden Social Housing / META architectuurbureau
As repetições não só criam ritmo na paisagem urbana, aumentando a clareza e o reconhecimento, mas também forjam uma identidade coletiva.
Nota: Os textos citados são excertos das descrições arquivadas de cada projeto, previamente enviadas pelos arquitetos. Encontre mais projetos de referência nesta pasta My ArchDaily criada pelo autor.
Este artigo é parte do tópico do mês do ArchDaily: Como viveremos juntos. Todo mês, exploramos um tópico através de artigos, entrevistas, notícias e obras. Saiba mais sobre nossos tópicos aqui. E como sempre, no ArchDaily, valorizamos as contribuições de nossos leitores. Se você deseja enviar um artigo ou um trabalho, entre em contato conosco.